Conflitos interpessoais são inevitáveis. A grande questão é como escolhemos resolver os problemas e os conflitos. À medida que as resoluções não acontecem e os desentendimentos persistem as pessoas acumulam relações mal resolvidas. Relações desse tipo são grandes fontes geradoras de ansiedade.
Quem trabalha corre o risco de vivenciar excessos de preocupação, tempo e esforço dedicados à atividade que realiza. Quem não tem um trabalho sofre exatamente pelos excessos de preocupação, tempo (que tende à ociosidade) e esforços muitas vezes em vão na busca por uma posição no mercado de trabalho. A exigência extrema no primeiro caso e a incerteza extrema no outro são fontes de ansiedade típicas do modelo de sociedade em que vivemos.
Quem não tem muitos recursos tende a viver ansioso pela falta e por incertezas que fazem parte dessa realidade. Quem tem uma vida financeira confortável também pode sofrer algum tipo de ansiedade, às vezes pela sensação de insegurança percebida na vida urbana. O modo como nos relacionamos com os recursos (dinheiro/bens/poder de compra) diz muito de nossa saúde mental. Quem não lida bem com os recursos que administra em seu cotidiano tende a apresentar quadros sintomáticos de ansiedade.
A falta de saúde é um fator decisivo para gerar ansiedade nas pessoas. A incerteza que a doença traz motiva uma mobilização única e urgente na vida de qualquer ser humano. O excesso de preocupação que tende a ocorrer naturalmente em circunstâncias de incerteza quanto à saúde desencadeia ansiedade, inevitavelmente. Não ter saúde é indicativo de risco iminente à vida, acendendo um sinal de alerta imediato para o ser humano. Por outro lado, ter saúde é fonte de tranquilidade, de sossego.
O excesso de foco e a concentração exagerada no futuro representam a fonte mais óbvia de ansiedade. Pensar demais no que não aconteceu ainda, preocupar-se com o que pode vir a ser é algo comum em pessoas ansiosas. O futuro não pode ser controlado. Toda vez que uma pessoa busca controlar ou dominar as incertezas naturais da vida, ela vai apresentar sintomas típicos da ansiedade. Preocupação excessiva com o futuro equivale a ansiedade presente.
Procure conviver com pessoas em estreita relação de amizade, com as quais você possa compartilhar amplamente suas experiências. Os que estão sempre isolados correm maior risco de sofrer com a ansiedade. Se esse for seu caso, mantenha um bom relacionamento com algum familiar ou amigo que possa suprir sua necessidade de companhia.
A tensão acompanha todas as formas de ansiedade, e é indispensável saber como conseguir relaxar de maneira sistemática e habitual. Vamos falar mais sobre isso depois.
É surpreendente como alguns exercícios simples de respiração pausada, profunda (do ventre até o tórax) podem proporcionar calma diante de uma situação de ansiedade ou angústia, evitando complicações.
Pesquisas mostram que evitar a hipoglicemia e se alimentar de proteínas no desjejum são atitudes que mantêm o equilíbrio bioquímico do organismo e previnem os pensamentos ansiosos. Portanto, coma alimentos saudáveis e comece o dia com um bom desjejum: leite de soja, pão integral e frutas frescas, por exemplo.
São grupos de pessoas com problemas semelhantes. Em muitas cidades há grupos de terapia organizados. Nesse contexto, você aprenderá muito com a experiência dos outros, e eles poderão compreender muito bem suas dificuldades.
É comprovadamente eficaz, especialmente em assuntos que provocam a ansiedade. Se, por exemplo, o motivo da ansiedade for o medo de contrair uma doença fatal, identifique os pensamentos relacionados a esse temor (digamos, a doença de um familiar) ou qualquer ideia que dê início a uma cadeia de preocupações que acabem ocasionando ansiedade. No primeiro indício de aproximação desse pensamento, diga “não!” e pense em outra coisa ou realize uma atividade que possa distrair a mente.
Consiste em aprender as técnicas de relaxamento até poder enfrentar a ansiedade em estado relativamente tranquilo. Essa tarefa começa com o pensamento, continua com uma advertência da situação de ansiedade e, finalmente, combate a ansiedade real. Em outras palavras, a ideia é repensar o problema em outro momento, até encarar a situação real. A possibilidade de êxito é muito grande, e o procedimento é rápido, mas requer apoio de um psicólogo. Essas técnicas podem ser eficientes, mas não deixam de ser superficiais. Muitas vezes, os problemas de ansiedade podem ter raízes profundas, como no caso de Laura. Nessas circunstâncias, é preciso combater a causa do problema e não apenas os sintomas.
A pessoa precisa exercer influência sobre sua vida interior, refletindo sobre o fato de que a vida não se resume a nascer, viver e morrer. Essa reflexão abre espaço para uma perspectiva que vai além do aqui e agora. Ela inclui a compreensão do destino da família humana e, especialmente, do plano de Deus para a salvação eterna, como é explicado na Bíblia. Isso também ajuda a pessoa a adquirir uma perspectiva de longo prazo que lhe dá confiança na vitória do bem sobre o mal. Como medida de auxílio imediato, a terapia divina se utiliza da reflexão em versículos bíblicos claros e cheios de força, como, por exemplo: “Mil poderão cair ao seu lado, dez mil à sua direita, mas nada o atingirá” (Salmo 91:7).
Não é somente pela adoração em comunidade e pelas palavras de outras pessoas que Deus pode intervir. Ele também faz isso pelo exemplo e pela atitude que essas pessoas demonstram. O Espírito Santo pode usar essas pessoas para fazer sua “terapia”. Finalmente, seria bom dizer que Deus também pode usar profissionais qualificados capazes de utilizar técnicas e estratégias que podem ser abençoadas por Deus para que surtam efeito.
O aspecto divino abrange o relacionamento pessoal entre o ser humano e Deus. Encontra seu maior apoio na oração. A oração, mais que a repetição de frases, consiste em falar com Deus como a um amigo e conselheiro; é falar dos temores, ansiedades, dúvidas e problemas, como também agradecer ao Criador as coisas boas da vida. A oração sincera tem ajudado muitos a crescer na fé, o que é incompatível com a ansiedade e a incerteza. Fé, na realidade, significa confiança em Deus. Quanto mais conhecemos Deus, por meio da oração e do estudo da Bíblia, mais desenvolvemos essa confiança e mais nossa fé se fortalece.